Carla Peterson – Griselda Siciliani: Atraentes e com problemas

Uma está namorando um francês e a outra com Adrián Suar, e juntas protagonizam "Corazón Idiota", comédia onde cantam, dançam enquanto sofrem por amor. Dizem que os lugares que são trazidas as músicas estrangeiras traduzidas soam forçadas
Por Diego Grillo Trubba


Amigas. As atrizes confeçam que se ligam para falar de homens, de trabalho e muitas outras coisas.
São amigas, e é notável. É a classe de amizade de pessoas complementárias: Grisel Siciliani chega pontualmente; sua amiga, não. Como quem sabe como tratar o outro, a ex Patito Feo diz a PERFIL: "Já ligo para ela". Quando Peterson sobre, em seguida começam a cochichar entre elas. Há cumplicidade, e se as palavras não chegam a distinguir, é provável que, como qualquer par de amigas, estão contando cheio de detalhes tudo que aconteceu nas horas que as separaram a noite de ontem, quando finalizou o ensaio de "Corazón Idiota", de agora, quando se despõem a ser entrevistadas.

Entram na oficina de Plablo Kompel, dividem-se em duas cadeiras vazias, ainda que não significa que a cumplicidade entre ambas se interrompa, já que durante o encontro se olham de rabo de olha uma vez ou outra.

A amizade entre as duas é desde quando fizerem "Sos mi vida", e desde então não só são cumplices, se não começaram a sonhar em atuar juntas. E a possibilidade se concretizou ontem, perto da meia-noite - logo que Siciliani agradece aos aplausos por seu papel "La forma de las cosas" e quase correndo fazia a sala Pablo Neruda do Paseo La Plaza - com a estreia de "Corazón Idiota", uma obra que tem, segundo elas, comédia e música sem ser uma comédia musical.

Siciliani: Tínhamos de fazer algo no gênero que nós gostamos de olhar.

Peterson: Adoro as comédias musicais.

S: A idéia era fazer um espetáculo que nos envolvesse. Nós duas gostamos as comédias musicais...

P: Ela vê muitas na Broadway.

S: Sim, claro, e muitas são obras que adoro ver, mas que não necessariamente gostaria de fazer.

- Não se sentem representadas pelo que mostram os musicais da Broadway?

S: Claro. Ou seja, estive na versão daqui de Sweet Charity e adorei faze-lá, mas queria algo fosse mais nosso.

P: Muitas vezes, o que acontece que essas comédias musicais foram pensadas para outro público, para outro formato. De repente escuta as versões daqui, as traduções das letras, e são forçadas...

S: Bom, Carla, mas você bem que queria protagonizar Sunset Boulevard.

P: Com certeza! Dê-me duas décadas e já vou estar pronta para protagonizá-la.

Peterson ri, Siciliani lança gargalhada. É uma constante: cada uma festeja as piadas que faz a outra, ou inclusive, em mais de uma oportunidade, completam a frase antes que sua companheira possa terminá-la.

- A obra compõe a duas amigas que contam seus problemas amorosos. Na vida real são de ligar para outra para contar o que lhe aconteceu?

- (As duas se olham, sorriem e quase gritam em um só som) Sim!

- Suas personagens são duas perdedoras no amor. Resulta acreditar que duas mulheres atraentes são perdedoram no quesito sentimental?

S: Bom, minha personagem não sofre justamente de falta de homem em sua vida, mais ao contrário. Digo, uma mulher atraente que segundo você seria nós (riem, e Peterson lança uma gargalhada) também podem tem problemas.

- Justamente, a obra faz referência a um suposto atrado dos órgãos vitais. É o único que trava o amor?

P: (Pensa muito) Não, também as mãos, os braços, a cabeça... (pára, olha para Siciliani) Te disse para não colocarmos esse título na obra, que íam nos perguntar tudo sobre o amor.

S: (Dá de ombros) Eu adoro o título.

- Ambas atravessaram bons e maus momentos na televisão. É um meio cruel?

P: Eu não tive maus momentos. Por sorte, sempre estive bem como todo mundo.

S: Se refiere al rating...

S: Refere-se ao Íbope.

P: Ah. Bom, mas o íbope não é assunto dos atores.

S: Uma faz seu trabalho. Te dou um exemplo:Patito Feo. O primeiro ano teve um íbope impressionante, no segundo ano não, para os produtores o segundo ano foi pior. Agora, na segunda temporada minha personagem era mais rica porque engordava, saíamos de turnê e ganhei muito mais dinheiro. Para o ator, na prática, o íbope não importa. E os vejo, mais vale, mas meu trabalho não passa por daí, e tampouco meu futuro. Para mim me importa se me divirto, se o papel me permite fazer o meljor. Apesar de, tenho que admitir que se fizesse um íbope com 30 pontos negocia mais fácil o seu seguinte contrato.

Fonte: Diario Perfil

Comentarios

Entradas populares